Research@hec - Special Issue - Compilação de Pesquisas - (Page 18)
tomada de deCisão:
por que subestimamos
os eventos raros?
mohammed abdellaoui
detentor de um phd em
matemática da economia e
econometria, mohammed
abdellaoui é professor de ciência da decisão na HeC e diretor
de investigação no Cnrs
(gregHeC). É editor-chefe
da publicação internacional
theory and decision. Foi também o vencedor do "decision
analysis society publication
award" de 2009 pela sua publicação "loss aversion under
prospect theory: a parameterFree measurement."
A incerteza acompanha a maior parte das decisões coletivas e individuais. Uma
vez que desconhecemos a probabilidade de cada opção disponível, tomamos
decisões com base na experiência. Contudo, esta forma de agir é parcial, pois
leva a subestimar ou ignorar os eventos raros. Por exemplo, isso pode explicar
a razão por que, em 2005, apenas metade dos danos colossais causados pelos
furacões na costa atlântica a norte dos Estados Unidos estavam cobertos pelo
seguro. Mohammed Abdellaoui e os seus coautores tentaram compreender
este fenômeno surpreendente.
PerCePÇÃo
SUBJetivA
dA
inCertezA
"deSCritA"
No estudo, quando os tomadores de decisões
fizeram uma escolha com base em descrições
das distribuições de probabilidade, tenderam a
sentir um aumento na probabilidade de uma perda
algo provável (50% de hipóteses de perder 1000
€) menos fortemente que o mesmo aumento da
probabilidade de uma perda muito improvável
(5% de risco de perder 1000 €), ou de uma perda
quase certa (95% de risco de perder 1000 €). Este
comportamento é também observado para os
ganhos. Na linguagem da teoria das perspectivas,
isto significa que os tomadores de decisões
enfrentando incerteza sobrestimam as baixas
probabilidades e subestimam as probabilidades
moderadas e elevadas. O estudo de Abdellaoui e
seus coautores confirma este resultado.
moderadas e elevadas. O estudo de Abdellaoui e
seus coautores confirma este resultado.
"A forma como a informação é comunicada
influencia as percepções pessoais."
PerCePÇÃo
SUBJetivA
dA
inCertezA
"deSCritA"
No estudo, quando os tomadores de decisões
fizeram uma escolha com base em descrições
das distribuições de probabilidade, tenderam a
sentir um aumento na probabilidade de uma perda
algo provável (50% de hipóteses de perder 1000
€) menos fortemente que o mesmo aumento da
probabilidade de uma perda muito improvável
(5% de risco de perder 1000 €), ou de uma perda
quase certa (95% de risco de perder 1000 €). Este
comportamento é também observado para os
ganhos. Na linguagem da teoria das perspectivas,
isto significa que os tomadores de decisões
enfrentando incerteza sobrestimam as baixas
probabilidades e subestimam as probabilidades
APreSentAÇÃo dA inForMAÇÃo
Por fim, a forma como a informação é comunicada
influencia as percepções pessoais. Uma descrição
monótona utilizando números apresentados em
termos de probabilidades não tem o mesmo
impacto no comportamento que a informação
adquirida por experiência. As campanhas de
segurança rodoviária focadas na comunicação de
taxas de acidentes têm pouco sucesso. Por outro
lado, os sinais que indicam a ocorrência de mortes
em um determinado local têm maior impacto.
Além de terem pouca capacidade de provocar
incerteza, as estatísticas são também por vezes
mal compreendidas e mal utilizadas, mesmo pelos
tomadores de decisões mais sofisticados. Em um
contexto de incerteza, estes fatores contribuem
AM
AMoStrAS PeqUenAS e MeMÓriA CUrtA
Por um lado, em um contexto de incerteza, os
formuladores de políticas tendem a confiar
em conclusões baseadas em amostras muito
pequenas, ou seja, precisam de poucos exemplos
para formar uma opinião. Além disso, os tomadores
de decisões tendem a extrair lições de situações
mais recentes. Por exemplo, após uma catástrofe
natural, os habitantes de uma região devastada
ficam muitas vezes inclinados a contratar um
seguro. Porém, uma proporção significativa dos que
contrataram o seguro imediatamente a seguir ao
desastre desistem dele alguns anos mais tarde.
MetodologiA
abdellaoui e seus coautores compararam as escolhas observadas em
experiências laboratoriais com as previstas pela teoria das perspectivas de tversky e Kahneman (1992) em dois contextos. no primeiro,
os indivíduos escolheram entre alternativas descritas na forma de
distribuições de probabilidade (risco "descrito"). no segundo, o tomador de decisões descobriu cada alternativa através de um processo de
amostragem com distribuição de probabilidade desconhecida (risco
"experimentado").
APliCAÇÕeS PArA geStoreS
nos dois contextos de incerteza estudados por abdellaoui e seus coautores, o comportamento individual diverge das previsões do modelo
padrão de racionalidade ou do modelo da utilidade esperada. quando
os indivíduos tomam decisões com base na experiência (em vez de em
opções conhecidas), o seu comportamento diverge também das previsões da teoria das perspectivas, fazendo-os subestimar ou ignorar
eventos raros. o conhecimento destes fenômenos e a compreensão das
suas causas podem ajudar a melhorar e a modernizar as práticas de
gestão de risco. em particular, seria possível ter em conta o fato que
mesmo tomadores de decisões bem treinados não estão imunes à parcialidade estatística ou comportamental.
para a tomada de decisões incoerentes que podem
ter graves consequências econômicas.
Com base em uma entrevista a Mohammed
Abdellaoui e no artigo "Experienced vs. Described
Uncertainty: Do We Need Two Prospect Theory
Specifications?" de Mohammed Abdellaoui,
Olivier L'Haridon e Corina Paraschiv, publicado no
Management Science em junho de 2011.
tomada de deCisão: por que subestimamos os eventos raros?
tomada de deCisão: por que subestimamos os eventos raros?
omada de deCisão: por que subestimamos os eventos raros?
isão: por que subestimamos os eventos raros?
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dAdoS BiogrÁFiCoS
legenda da imagem do cisne negro:
A teoria do cisne negro foi desenvolvida pelo acadêmico Nassim Nicholas
Taleb para descrever eventos imprevisíveis com baixa probabilidade, mas
com consequências significativas.
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Alimentador do ndice para Edio Digital da Research@hec - Special Issue - Compilação de Pesquisas
Cobertura
Investigação em gestão e economia como parceira de negócio
Cátedras e centros
Índice
Corpo Docente Da HEC Paris
Energias renováveis na Europa: preconceitos e pressão institucional inibem investimentos
Aumentar a capacidade de inovação moldando a percepção dos gestores sobre seus contextos
Quando devemos deixar sair uma inovação?
Governação empresarial: a independência dos executivos seniores está no centro do desempenho
Consolidar a confiança para o sucesso das F&A
Tomada de decisão: por que subestimamos os eventos raros?
Research@hec - Special Issue - Compilação de Pesquisas
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