Research@hec - Special Issue - Compilação de Pesquisas - (Page 8)
energias renováveis
nergias
na europa
preConCeitos e pressão
instituCional inibem
investimentos
andrea masini é membro do
departamento de gestão de
operações e tecnologia da informação da HeC paris desde
2010. sua investigação aborda
o impacto operacional e organizacional da inovação tecnológica, com especial atenção
nas energias renováveis, operações humanitárias e desenvolvimento sustentável. o seu
outro interesse é a excelência
operacional em atividades de
serviços e produção.
Em 2008, a Agência Internacional da Energia (IEA)
apelou a uma "revolução tecnológica na energia"
para reduzir metade das emissões de dióxido de
carbono relacionadas com a energia até 2050.
Contudo, para esse objetivo ser atingido, a IEA
estima que a contribuição das energias renováveis
para as fontes energéticas primárias tem que
ser superior a 50%. As tecnologias das energias
renováveis continuam a ser apenas uma pequena
fração da oferta energética mundial, apesar das
suas muitas vantagens ambientais, econômicas e
sociais e do apoio que recebem de vários governos.
Uma causa possível para esta difusão limitada é
que, embora a transição para uma economia de
baixo carbono exija investimentos importantes e
potencialmente atrativos, os investidores privados
têm até agora participado apenas marginalmente
no setor. "Comecei o meu trabalho em energias
renováveis há mais de 15 anos", afirma Andrea
Masini. "Escolhi o estudo dos investimentos em
renováveis porque me apercebi com o tempo que a
falta de financiamento adequado é uma das razões
pelas quais estas tecnologias não se difundem
como esperaríamos."
entendido o contexto comportamental das decisões
dos investidores, eles não foram capazes de tirar
partido de alguns dos principais motivadores do
processo de investimento", explica Masini. Por isso,
além de realizarem uma avaliação racional das
oportunidades de investimento, Masini e Menichetti
usaram estudos de finança comportamental e
teoria das instituições para estudar como uma
série de fatores não financeiros afeta as decisões
dos investidores.
oS FAtoreS nÃo FinAnCeiroS inFlUenCiAM o
StAtUS qUo
Os seus resultados dão uma nova perspectiva sobre
o papel dos fatores não financeiros que determinam
a proporção de tecnologias de energias renováveis
nas carteiras de investimento. As implicações tanto
para os investidores como para os formuladores de
políticas são importantes. A sugestão do estudo é
que estas tecnologias estão ainda sujeitas a uma
série de percepções tendenciosas e preconceitos
que favorecem o status quo dos modelos de produção
de energia relativamente a alternativas inovadoras.
"A nossa análise revelou que os preconceitos
sobre a adequação técnica das oportunidades de
investimento desempenham um papel muito mais
importante na motivação para o investimento que
a eficácia percebida das políticas existentes. O
fator mais importante é a maturidade percebida de
uma tecnologia. É ainda mais importante que os
incentivos que poderão ser atribuídos pelo governo",
afirma Masini. Os investidores parecem não
acreditar muito em medidas políticas específicas de
apoio direto às tecnologias de energias renováveis
(por exemplo, subsídios de curta duração). "Os
investidores acham que as políticas específicas de
apoio às renováveis são virtualmente ineficazes, ou
irão mudar em breve. Por isso, não contam muito
com elas e preferem investir em tecnologias que já
demonstraram a sua fiabilidade." Isto leva Andrea
Masini a aconselhar aos formuladores de políticas
que se concentrem na sua estabilidade a longo
prazo.
"Os fatores não financeiros determinam a
proporção das tecnologias de energias renováveis
nas carteiras energéticas".
AS eStrAtégiAS de inveStiMento FoCAlizAMSe deMASiAdo eM renovÁveiS MAdUrAS
Os investidores são sensíveis à viabilidade técnica
ou ao registro de desempenho comprovado de uma
tecnologia e também às pressões institucionais.
As conclusões de Masini e Menichetti revelam
também horizontes de investimento curtos e uma
sensibilidade extrema à pressão exercida pelos
pares e por consultores externos relativamente
às decisões de investimento. "Esta pressão tende
a ter uma influência negativa, pois o setor como
um todo está cético em relação à fiabilidade
destas tecnologias", afirma Masini. "Porém, os
investigadores com elevado grau de experiência
parecem ser capazes de resistir à pressão, pois
é mais provável que aumentem a proporção de
renováveis nas suas carteiras."
O estudo mostra também que, contrariamente ao
que pensamos, os investidores com mais apetite
para investimentos financeira e tecnologicamente
arriscados nem sempre possuem percentagens
mais elevadas de investimentos em energias
renováveis nas suas carteiras. "Quando alguém
decide incluir mesmo uma pequena percentagem
de investimentos em energias renováveis na
carteira, tem que compensar o risco incluindo uma
percentagem maior de investimentos tradicionais
MetodologiA
andrea masini e emanuela menichetti desenvolveram um modelo
conceptual que examina o impacto dos fatores não financeiros nos
investimentos em energias renováveis. o modelo foi testado empiricamente com dados primários recolhidos em 2009 usando cerca de 100
questionários preenchidos por alguns grupos de investidores europeus,
incluindo hedge funds, bancos, sociedades de participações privadas
(private equity) e companhias de seguros. andrea masini refere que os
resultados podem ser difíceis de generalizar porque o estudo foi restringido a um contexto empírico e geográfico específico (europa).
APliCAÇÕeS PrÁtiCAS
incorporando elementos cognitivos e comportamentais, o estudo de
andrea masini e emanuela menichetti ajuda a compreender melhor o
processo de decisão dos investidores, derivando implicações para:
* Formuladores de políticas, que podem conceber instrumentos de
apoio às tecnologias de energias renováveis mais eficazes. o estudo
sugere que os formuladores de políticas podem redirecionar os orçamentos para tirar melhor partido da parcialidade dos investidores e
seu impacto nas decisões de investimento. por exemplo, apoiando
programas de i&d nos setores público e privado, promovendo projetos
de demonstração e aumentando a disseminação de informação sobre
sistemas de energias renováveis nos círculos empresariais relevantes e
junto das principais partes interessadas.
* gestores de projetos inovadores em energias renováveis que precisam de investidores. o estudo sugere que os gestores podem tirar partido das suas conclusões para comunicar melhor aos investidores os
graus aceitáveis de risco tecnológico associado às energias renováveis.
ou renováveis maduras, tais como parques eólicos
em mar alto. Mas por outro lado, o enfoque em um
punhado de tecnologias totalmente comprovadas
reduz as valiosas oportunidades de diversificar as
carteiras energéticas e cobrir o risco de flutuações
de preço, aumentando ao mesmo tempo o risco de
perder oportunidades mais incertas e dispendiosas,
mas com tremendo potencial."
Com base em uma entrevista com Andrea Masini e
no artigo "Investment Decisions in the Renewable
Energy Sector: an Analysis of Non-Financial Drivers"
escrito com Emanuela Menichetti (Technological
Forecasting and Social Change, vol. 80 n.º 3, março
de 2013).
energias renováveis na europa
energias renováveis na europa
nergias renováveis na
Embora as energias renováveis sejam cada vez mais consideradas como as
fontes energéticas do futuro e continuem a receber apoio público significativo,
a sua proporção nas carteiras de investimento ainda é pequena. Andrea
Masini e Emanuela Menichetti investigaram os fatores não financeiros que
desencorajam os investidores privados.
UMA
CoMPreenSÃo
inCoMPletA
doS
inveStidoreS
Obter os enormes investimentos adicionais
necessários para atingir os objetivos de redução
propostos é particularmente difícil em um contexto
de incerteza econômica global. Apesar disso, foram
criadas políticas específicas para estimular os
investidores que podem desempenhar um papel
fundamental na mobilização de capital para apoiar
as tecnologias de energias renováveis. "Muitos
dos esforços realizados até agora foram apenas
moderadamente eficazes. O motivo é que, não tendo
8
dAdoS BiogrÁFiCoS
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Alimentador do ndice para Edio Digital da Research@hec - Special Issue - Compilação de Pesquisas
Cobertura
Investigação em gestão e economia como parceira de negócio
Cátedras e centros
Índice
Corpo Docente Da HEC Paris
Energias renováveis na Europa: preconceitos e pressão institucional inibem investimentos
Aumentar a capacidade de inovação moldando a percepção dos gestores sobre seus contextos
Quando devemos deixar sair uma inovação?
Governação empresarial: a independência dos executivos seniores está no centro do desempenho
Consolidar a confiança para o sucesso das F&A
Tomada de decisão: por que subestimamos os eventos raros?
Research@hec - Special Issue - Compilação de Pesquisas
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